30
jun
2017
Vazio sanitário beneficia sojicultores, afirma Embrapa

As lavouras de Mato Grosso do Sul estão em período de vazio sanitário desde o dia 15 de junho e seguem até 15 de setembro. Nesta época, não se pode semear ou manter plantas de soja no campo, uma estratégia de manejo estabelecida com a finalidade de reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática durante a entressafra, atrasando a ocorrência da doença na safra. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Soja Claudine Seixas, o vazio sanitário da soja é uma das principais estratégias para o manejo da doença, que é a mais severa da cultura da soja.

No Brasil, 11 Estados e o Distrito Federal adotam essa medida, estabelecida por meio de normativas estaduais. Além do Brasil, o Paraguai também estabeleceu o período de vazio sanitário. A pesquisadora explica que o fungo que causa a ferrugem asiática é biotrófico, ou seja, precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e multiplicar. “Ao eliminarmos as plantas de soja na entressafra, ‘quebramos’ o ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no ambiente”, explica Claudine.Em Mato Grosso do Sul, segundo o engenheiro-agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste Alexandre Dinnys Roese, as condições climáticas favorecem a sobrevivência das plantas voluntárias de soja na entressafra, ao contrário do que acontece nos Estados do Sul do Brasil, onde o clima frio e as geadas dificultam a sobrevivência de tais plantas. “Temos poucas ocorrências de geada e as temperaturas médias são mais altas no Estado do que no Sul, assim a germinação de sementes de soja e seu crescimento no inverno são favorecidos”, explica.

Prova disso, acrescenta o agrônomo, “é que os primeiros relatos da ferrugem asiática na safra normalmente ocorrem aqui na Região Centro-Oeste do Brasil”. Segundo ele, o vazio sanitário gera economia, por meio da redução da quantidade de aplicação de produtos químicos para controle da ferrugem asiática. Outro benefício dessa estratégia é contribuir para evitar que o fungo desenvolva resistência aos produtos químicos disponíveis.

“A dedicação e o profissionalismo do produtor rural são novamente requisitados neste período de vazio sanitário, em benefício de si próprio, de todo o setor produtivo. E não temos dúvidas de que essa importante tarefa será novamente cumprida com êxito”, destaca Roese.

Fonte: Agrolink

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