15
jan
2016
Sem trigo panificável argentino, alternativa são os EUA

Diante da ameaça de que não haverá mais trigo panificável oriundo da Argentina a partir de abril o Brasil provavelmente terá de apelar para os Estados Unidos. A avaliação é do analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.

“Partimos da ideia de que o RS precisa cerca de 120 mil tons de trigo em grão/mês, o PR 200 mil, São Paulo100 mil tons e o restante do Brasil 400 mil tons/mês, algo ao redor de 820 mil tons/mês (segundo a Conab seriam 864 mil/mês), já considerando a redução de moagem deste ano”, explica ele.

“O único estado que teria trigo suficiente para se auto abastecer até julho seria o Paraná. Outro parâmetro utilizado é o tipo de trigo; acreditamos que 60% seja panificação e 40% seja para indústria. Então, como o período abril-agosto representam 5 meses, haveria necessidade de importação de aproximadamente 3,1 milhões de toneladas, das quais 1,86 milhão de tons de trigo panificável e/ou melhorador e 1,24 milhão de tons de trigo para a produção de farinhas industriais (ph 75 para cima, FN de 180 para cima)”, afirma Pacheco.

Segundo o analista, “as 1,86 milhão de toneladas seriam importadas, ao ritmo de 372 mil tons/mês dos Estados Unidos (que seriam os únicos a terem este trigo à disposição nos menores preços para o Brasil) e as 1,24MT (talvez até um pouco menos) poderiam vir da Argentina e do Uruguai, o que oferecer preço menor”.

“Estes números poderão ser eventualmente um pouco modificados (para menor) dependendo da cobertura que alguns moinhos tenham de trigo paraguaio que esteja sendo entregue (mas nos parece que esta cobertura não atinge abril) ou de trigo uruguaio (dependendo da disponibilidade por qualidade que tiver)”, aponta.

“Isto deixa um grande volume liberado para a Argentina vender a outros países, como já está acontecendo e não valerá, obviamente, para a próxima temporada, onde se espera que os trigos produzidos tenham melhor tecnologia e atendam as exigências de qualidade das indústrias brasileiras”, conclui.

 

Fonte: Agrolink
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