26
mai
2022
Período de ocorrência e controle de manchas foliares em trigo

Durante o ciclo do desenvolvimento do trigo, uma série de doenças pode incidir sobre a cultura, nos diferentes estádios do seu desenvolvimento, resultando em perdas produtivas e qualitativas dos grãos ou sementes, caso as medidas de manejo necessárias não sejam adotadas.

Dentre essas doenças, se destacam as originárias de fungos, sendo mais comuns as manchas foliares do trigo, a exemplo da mancha-marrom (Bipolaris sorokiniana), mancha-amarela (Drechslera tritici-repentis) e mancha da gluma (Stagonospora nodorum).

Os principais danos em decorrência da incidência de manchas estão relacionados ao surgimento de lesões nas folhas do trigo, resultando em redução da área fotossintéticamente ativa das folhas, e consequentemente, redução da produção de fotoassimilados para a planta, impactando a produtividade. As manchas foliares podem acometer o trigo em diferentes estádios do desenvolvimento da cultura, compreendendo principalmente o período da elongação até o final do florescimento do trigo.

Para o adequado manejo e controle das manchas foliares no trigo, o acompanhamento e monitoramento da área é determinante. Atrelado a assertividade do momento de aplicação de fungicidas, o uso de produtos com maior eficiência é de fundamental importância para o sucesso do manejo.

1 = Pequenos pontos escuros (2%); 2 = Pequenos pontos escuros, pouca clorose ou necrose (5%); 3 = Pequenas manchas com evidentes anéis de clorose/necrose (10%); 4 = Manchas com evidentes anéis de clorose/necrose, algumas coalescendo (20%); 5 = Diversas manchas de clorose/necrose coalescentes (60%) Fonte: Santana et al. (2021)

Para as doenças que possuem o limiar de dano econômico (LDE) estabelecido, este critério de aplicação deve ser utilizado. Atualmente, existe LDE disponível para oídio, ferrugem da folha e mancha amarela, devendo a aplicação ser efetuada quando a incidência foliar, a partir do estádio de alongamento, atingir o limiar de ação (LA) (Joris et al., 2022).


Conforme destacado por Reis; Zanatta; Reis (2020), alguns fungicidas utilizado na cultura do trigo apresentam eficiência de controle superior a 70% para as principais doenças foliares da cultura (Bipolaris sorokiniana; Drechslera siccans; Drechslera tritici-repentisStagonospora nodorum). Esses fungicidas (tabela 1) apresentam aptidão para uso no manejo de manchas foliares no trigo, contribuindo significativamente para o controle dessas doenças.

Além do adequado emprego de fungicidas para o manejo e controle de manchas foliares na cultura do trigo, Cheila Sbalcheiro, bióloga da Embrapa, destaca que o uso de sementes de boa sanidade, assim como o tratamento de sementes com fungicidas e o uso de cultivares com maior grau de resistência, compreendem algumas estratégias de manejo dessas doenças.

Embora a rotação de culturas assim como a eliminação de plantas voluntárias contribua para o manejo de manchas foliares em trigo, cabe destacar que os patógenos podem sobreviver em resíduos culturais, sendo assim, o tratamento das sementes com fungicidas é indispensável, podendo ser considerado uma medida de controle das manchas foliares, especialmente, nos estádios iniciais do desenvolvimento da cultura.

Fonte: Mais Soja

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