18
mar
2020
Coronavírus: entenda qual condição climática é mais favorável à transmissão

O Brasil está a caminho do outono que começa na próxima sexta-feira, 20. A estação já é conhecida por aumentar os casos de doenças respiratórias, justamente porque o tempo seco aumenta a concentração de poluentes e acaba sendo um gatilho que propaga a maior disseminação de alguns vírus como a gripe comum, afetando mais crianças e idosos. Diante da pandemia de coronavírus, entrar na nova estação acaba sendo mais um agravante para a preocupação de toda a população.

Como estamos em um ano de neutralidade climática, sem El Niño e nem La Niña, a tendência é termos um outono dentro da normalidade climática, ou seja, as ondas de frio vão avançar pelo Centro-Sul do país de forma antecipada. “Já pudemos observar um fevereiro e março com alguns dias de temperaturas mais amenas, é inevitável que o frio chegue mais cedo este ano com alternâncias de temperaturas”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.

Quedas bruscas de temperatura também são um grande problema porque diminuem a imunidade das pessoas, segundo médicos e especialistas.

Um estudo feito pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, responsável pela detecção de 4.711 casos na China confirmou realmente que a alta temperatura e a alta umidade relativa reduzem significativamente a transmissão da Covid-19. O estudo publicado na revista científica social Science Research Network (SSRN) indica que a chegada do verão e da estação das chuvas no Hemisfério Norte pode reduzir efetivamente a transmissão do coronavírus.

Essa foi a conclusão do grupo de cientistas, que analisou estatísticas, curvas de crescimento de tendências, estações meteorológicas e rastreou o contato entre pessoas que foram diagnosticadas com a Covid-19. Vale ressaltar que, apesar de todas as análises, o estudo indica que provavelmente o clima quente e úmido seja capaz de matar o coronavírus – isso não quer dizer que a doença vai parar de se propagar mundo afora. Afinal já tivemos diversos casos em países em pleno verão como a Austrália e o Brasil.

A boa notícia é que um pouco de sol e chuva pode desacelerar o número de contaminações no Hemisfério Norte, mas cabe aos países do Hemisfério Sul continuarem aplicando as medidas de prevenção indicadas já que estão à caminho das estações mais frias agora.

“No outono e inverno, o comportamento social das pessoas geralmente já é se manter mais em ambientes fechados, que outrora seriam mais aglomerados, sem este surto. A conscientização social já implantada no fim deste verão deve manter mais as pessoas dentro de suas próprias casas”, comenta Celso.

Diversas empresas já estão adotando o sistema home office, inclusive Celso já está afastado da empresa desde o início da semana fazendo todo o monitoramento de tempo e clima de forma remota e atendendo os mais diversos clientes da empresa.

Conscientização sobre a gravidade do problema fez as empresas reagirem antes para a prevenção. “A prevenção é o nosso melhor termômetro agora”, finaliza ele.

Fonte: Canal Rural

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