01
jun
2017
Coocam vai manter área plantada de trigo

Técnicos e IBGE estimam que a área plantada de trigo deva reduzir em relação à safra passada, que foi de 7 mil hectares em Campos Novos. Porém, na região de abrangência da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), a área plantada será a mesma da safra passada, de 1.200 hectares.

Com plantio recomendado de 20 de junho até o final de julho, a cultura é uma opção intermediária para o produtor que não trabalha com a pecuária, garantir uma fonte de renda no final do ano, afirmou o Engenheiro Agrônomo da Coocam, Silvio Zanon. “O trigo é uma opção para o produtor que necessita de uma cultura intermediária para ter uma fonte de recurso no final do ano. Campos Novos está numa região que não permite o plantio de uma safrinha de milho ou de feijão. Todos tiram o máximo da safra de verão, não havendo espaço para uma safrinha, em função do alto risco. Já tentamos buscar outras fontes, como a canola, mas o clima nos limita para a introdução de uma nova cultura. A Coocam vai manter a mesma área plantada do ano passado, de 1.200 hectares”.

Embora adaptado ao clima, o trigo é uma cultura de alto risco e com baixa valorização, porque não tem garantia nem de preço mínimo hoje no mercado. O cereal, no entanto, também tem alguns fatores positivos. Além de ser uma fonte de renda no final do ano, promove a rotação de culturas, otimiza o uso de máquinas agrícolas no inverno, diminuindo a depreciação e proporciona a diversificação de atividades, que também é importante.

“Então os produtores que não tem pecuária e possuem bastante área, se não plantarem trigo, ficarão seis meses parados, com funcionários ociosos, máquinas em depreciação, com custo e sem nenhuma fonte de entrada. Embora seja uma cultura de alto custo e liquidez não muito boa, é uma opção que o produtor tem para não ficar parado durante esses seis meses. Então a Coocam incentiva o cultivo da cultura, que é tradicional, foi o trigo que historicamente impulsionou as demais culturas. Mas a cada ano que passa o governo não incentiva e o produtor tem que produzir o dobro do que produzia, para conseguir ter uma rentabilidade, hoje estimada em 80 sacas por hectare”, observou Silvio Zanon.

O Brasil consome mais de 10 milhões de toneladas de trigo, mas produz apenas 5 milhões toneladas, a metade da demanda de mercado. Além da grande quantidade de produto que vem de fora, moinhos colocam em dúvida a qualidade do que é produzido no país. Para auxiliar o produtor, a Coocam orienta para a produção segregada do cereal, informou ainda o engenheiro agrônomo.

“Como cooperativa vamos levar para o produtor um trabalho que busque a segregação das cultivares, não colocar todos os materiais no mesmo silo. Pesquisas mostraram que cada cultivar tem uma característica diferente, destinadas à produção de bolachas, biscoitos e a que vai servir para fabricar pães e essa é uma cultivar mais selecionada, para produzir uma farinha mais branca. Vamos trabalhar cooperativa e produtor, no sentido de segregar as variedades nesta safra. Para isso é preciso que o produtor esteja disposto a fazer esta segregação na propriedade. Então quem sabe o futuro do trigo, além da melhorar a produtividade, será a segregação das cultivares”, orientou Silvio.

A Coocam oferece várias cultivares e a orientação é que o produtor procure plantar de duas a três variedades de trigo, escalone o plantio e faça o seguro contra sinistros. Outro aconselhamento é estar atento ao mercado futuro, trabalhando com pelo menos de 30% 40% da safra neste sentido. No manejo, o tratamento de sementes é fundamental, pois no período de inverno, pragas atacam as lavouras e podem prejudicar a safra.

A Coocam também deve trabalhar com o cultivo de aveia preta, com estimativa de 500 hectares de área plantada.

 

Fonte: Jornal Celeiro

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