15
mai
2020
Brasil é o novo ‘epicentro’ da soja mundial

O Brasil já responde por mais de 51% das exportações mundiais de soja e se tornou o novo “centro de preços mundiais”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica. Segundo os analistas, os cálculos feitos pelos compradores chineses para sua decisão diária são os prêmios e os fretes, que determinam o preço final no porto de Dalian.

“Percebe-se que a soja brasileira é competitiva, neste ano, por enquanto até julho, retornando em março/20. Esta competitividade favoreceu o aumento da participação brasileira nas exportações mundiais, desbancando os EUA e se tornando responsável por mais de 51% do fornecimento mundial desta matéria-prima”, aponta a Consultoria.

O correspondente da T&F na Argentina, economista Pablo Fraga, fez um levantamento revelando as movimentações do fornecimento mundial da soja em grão nos últimos 10 anos. Na temporada de 2010/11, 46% da matéria-prima mundial era fornecida pelos EUA, cuja participação recuou para 35% na temporada 2020/21. No mesmo período a Argentina passou de 10% para 4%, e os “outros” fornecedores também recuaram de 12%, para 10%. 

O grande progresso ocorreu com a soja brasileira, que aumentou de 32% para 51% a sua participação no mercado mundial, ocupando apenas 12% da área agriculturável disponível do país. “A Argentina poderia aumentar o seu volume dos atuais 53 para 70 milhões de toneladas, mas falta dinheiro”, comentou o economista argentino.

Segundo ele, a produção brasileira de soja tem sido dificultada por infraestrutura e logística precárias, sistemas tributários complexos, turbulências políticas, volatilidade cambial. Como se não bastasse, viu os EUA e a China travarem uma sangrenta guerra comercial e o início de uma pandemia devastadora.

“Nenhum desses fatores, no entanto, foi suficiente para impedir que a indústria brasileira de soja se tornasse líder na produção e exportação e, em última instância, mudasse o centro da formação global de preços da soja da América do Norte para a América do Sul. O Brasil navegou em uma guerra comercial e um surto de vírus para se tornar novo centro de formação de preços para o mercado global de soja”, conclui a T&F.

Fonte: Agrolink

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