08
mai
2017
Análise semanal do mercado do trigo

As cotações do trigo em Chicago deram um salto durante esta semana, batendo em US$ 4,43/bushel no dia 03/05, porém, perderam muita força na quinta-feira (04) ao fechar, o primeiro mês cotado, em US$ 4,26/bushel. As cotações mais elevadas não eram vistas desde meados de fevereiro passado. A título de comparação, a média de abril ficou em US$ 4,20/bushel, contra US$ 4,27 em março.

A sustentação dos preços em Chicago se deu pelo clima desfavorável junto às Planícies produtoras dos EUA, sendo registradas nevascas no oeste do Kansas e sudeste do Colorado, em plena primavera daquele país. Já no Mercosul, a tonelada FOB para exportação não se alterou, ficando entre US$ 175,00 e US$ 192,00.

No Brasil, o mercado apresentou um pouco mais de liquidez neste início de maio. A média gaúcha no balcão registrou R$ 28,40/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco. No Paraná, os lotes se mantiveram, na referência, igualmente entre R$ 36,00 e R$ 38,00/saco, não havendo mudanças nos preços médios do balcão.

Vale registrar que a Argentina reviu para cima sua produção final de trigo, com a mesma atingindo agora 18 milhões de toneladas, contra as 15 milhões estimadas anteriormente. Isso confirma nossos alertas de que a tendência de colheita na Argentina era de forte aumento na produção devido a retirada do imposto de exportação. De um total de 16 milhões de toneladas disponíveis no vizinho país, contabilizando o estoque de passagem, os argentinos já teriam negociado 12 milhões de toneladas. O Brasil, que no total já importou mais de 5,2 milhões de toneladas, deverá adquirir no exterior ainda mais um milhão de toneladas, pelo menos, entre maio e agosto (mês em que se encerra o atual ano comercial).

A pequena elevação do câmbio durante a semana, embora tenha melhorado um pouco a competitividade do trigo nacional perante o importado, ainda não permite entusiasmar os produtores nacionais do cereal. Aliás, os importadores continuam dando preferência ao produto argentino.

Enfim, vale destacar que começa a diminuir consideravelmente a disponibilidade de trigo para exportação junto aos países vizinhos do Mercosul. Isso deverá oferecer um pouco mais de liquidez ao produto brasileiro nas próximas semanas, podendo melhorar o preço interno, o qual lentamente parece iniciar uma reação.
 

 

Fonte: CEEMA / UNIJUI

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