06
jul
2020
“Ciclone bomba” deixa estragos em propriedades rurais do Paraná

A tempestade que atingiu o Paraná no dia 30 de junho deixou diversos estragos em áreas rurais do Estado. Apesar de o "Ciclone Bomba", como está sendo chamado pelos meteorologistas, não ter comprometido de forma generalizada nenhuma cadeia produtiva do agronegócio, centenas de produtores rurais contabilizam prejuízos que vão desde lavouras destruídas até danos em estruturas e máquinas agrícolas, conforme levantamento da FAEP junto aos produtores e sindicatos rurais.

O boletim do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), aponta que houve estragos pontuais em lavouras de milho no Paraná. “Não é possível quantificar eventuais perdas neste momento, entretanto pontualmente em regiões específicas haverá redução da produtividade. O fator mais comum foi o acamamento das plantas o que pode dificultar a colheita ou resultar em perdas. Isso também pode gerar a perda de qualidade do cereal”, segundo o técnico responsável pelo cereal na entidade Edmar Gervásio.

Em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, um dos municípios que mais produzem hortaliças no Estado, com muitos produtores praticantes de sistemas de cultivo protegido, diversas propriedades sofreram com avarias nas estruturas usadas para fazer as plantações.

Segundo Marcio Toniolo, secretário de Agricultura e Abastecimento do município, a prefeitura prestou auxílio aos produtores para remover entulhos e restabelecer as condições de produção e que vai seguir prestando apoio a quem necessitar. “Diante de todos esses contratempos, os prejuízos serão contabilizados para muitas famílias que dependem dessa prática. Por meio da Defesa Civil de nosso município, serão emitidos os laudos para que essas famílias possam, em alguns casos, acionar o seguro agrícola”, diz.

Em Ubiratã, na região Noroeste, onde é forte a colheita do milho safrinha nesta época, houve registro de cones de vento. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Márcio Soares, cerca de 15% do cereal haviam sidos colhidos até o dia intempérie. "Foi tipo um furacão, então o lugar por onde passou e causou estrago foi bem concentrado", afirma. Segundo o dirigente, esse corredor onde o prejuízo foi maior estava localizado entre as áreas urbana e rural, de modo que a cidade foi mais atingida do que as lavouras. O montante total das perdas não foi contabilizado pelos produtores até o momento.

A tempestade também provocou estragos significativos na região de Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná. Lá, a chuva forte começou pouco antes das 15 horas, acompanhada de ventos fortes e, em algumas localidades, chegou a cair granizo. Uma das propriedades afetadas foi a do produtor rural Rodolpho Luiz Werneck Botelho, também presidente do sindicato rural do município. Ele conta que, em meio ao temporal, uma rajada de ventos intensa e mais concentrada destelhou dois barracões, um de 800 e outro de 550 metros quadrados, além de também ter danificado casas de funcionários. As telhas metálicas também atingiram um trator e uma colheitadeira.

"O vento estava forte o tempo todo, mas veio uma rajada extremamente forte, que durou uns 15 segundos. Destelhou 30% de cada um dos dois barracões, arrancou porta, levou telhas. Fez um baita estrago", conta Botelho. "Meus funcionários estavam plantando trigo e cinco minutos antes do vendaval tinham voltado para o barracão. Passaram um baita de um medo, mas ninguém ficou ferido", acrescenta. Ele estima que o prejuízo causado pelo temporal gire em torno de R$ 100 mil.

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava também recebeu relatos e fotos de estragos causados pela tempestade em outras propriedades da região. Na fazenda de outro produtor rural, o vendaval destelhou um barracão, cujas telhas também atingiram implementos agrícolas. Uma pecuarista leiteira também teve parte de um dos seus barracões destruído. Na lavoura de um vizinho de Botelho, as rajadas "deitaram" parte da plantação de milho safrinha, que já estava seco. "Além disso, em toda a região, tivemos o registro de muitas árvores caídas”, ressalta.

Fonte: Grupo Cultivar

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