29
abr
2022
Temperatura mais alta e menos chuva: Caminho sem volta?

As temperaturas atuais estão aumentando e as precipitações diminuindo – e esse sendo é o cenário que se prevê no futuro. A afirmação foi feita por Vanda Pires, técnica superior do IPMA (Instituto Português do Mar e Atmosfera), participando da 38.ª edição da Ovibeja, que decorreu na cidade portuguesa de Beja entre os dias 21 e 25 de abril com a conferência “Alterações Climáticas: Como nos adaptarmos para alimentar o planeta?”.

De acordo com a pesquisadora, a concentração de CO2 no planeta Terra já é a mais alta em dois milhões de anos, sendo que a taxa de aumento do nível médio do mar é a mais rápida em, pelo menos, três mil anos. Por seu lado, a área de gelo do mar Ártico está no nível mais baixo registado em mil anos, bem como o recuo dos glaciares é o maior em dois mil anos.

Vanda Pires afirmou que o resultado penaliza principalmente os agricultores com maior calor e precipitações intensas. Os efeitos produzem estiagem maiores em algumas regiões, mais incêndios florestais e uma temperatura oceânica mais quente, com água mais ácida e com perda de oxigênio. 

Segundo ela, as alterações climáticas tendem a se acentuar no futuro, com dias muito quentes, noites tropicais e aumento da temperatura mínima. “O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas estima uma diminuição geral da produção de trigo, milho e arroz na Europa”, explica, ao mencionar efeitos diretos na fisiologia, fenologia e morfologia das plantas, bem como efeitos indiretos na fertilidade do solo, pragas e doenças, secas e cheias e disponibilidade de água para irrigação.

Vanda Pires destacou que é vital “limitar o aquecimento global a +1,5 ºC em detrimento de +2 ºC. Isto implica que as emissões de CO2 terão de diminuir cerca de 45% em 2030, relativamente aos níveis de 2010”. O evento foi promovido pelo CNCACSA (Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Setor Agroflorestal).

Fonte: Agrolink 

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