08
ago
2016
Soja: mercado tem avanço resistente em Chicago com mais notícias de demanda

Os futuros da soja continuam subindo na Bolsa de Chicago na sessão desta sexta-feira (5) e, por volta de 12h15 (horário de Brasília), as altas oscilavam entre 14 e 16,75 pontos nas posições mais negociadas. Assim, o vencimento novembro/16, referência para a nova safra americana, era cotado a US$ 9,73 por bushel.

No Brasil, os preços também sobem, mas ainda esbarram no entrave do dólar. A moeda norte-americana seguia atuando abaixo dos R$ 3,20 nesta sexta-feira e, perto de 12h40, perdia 0,3%. No começo dos negócios, porém, chegou a recuar quase 1% e foi a R$ 3,16.

A referência menor do dólar, portanto, tirava parte da influência das fortes altas registradas pelo mercado futuro norte-americano. Ainda assim, a formação das cotações para a oleaginosa nos portos brasileiros encontrava espaço para algumas ligeiras altas. No terminal de Rio Grande, a soja disponível subia 1,92% para R$ 79,50 por saca, enquanto no mercado futuro o ganho era de 3,29% para R$ 78,50. Em Paranaguá, R$ 81,00 no disponível, estável, e alta de 1,95%, para R$ 78,50.

Bolsa de Chicago

A movimentação dos preços na Bolsa de Chicago ainda vinha sentindo a atuação de dois principais fundamentos nestes últimos dias: a demanda e o clima nos EUA.

O momento atual do Corn Belt permite um bom andamento das lavouras norte-americanas, que já se encaminham para um conclusão e, para os próximos dias, as previsões seguem indicando condições favoráveis para que os padrões se mantenham e esse ainda é um fator de pressão sobre as cotações.

"Para os próximos 6 a 10 dias as previsões continuam mostrando chuvas acima da média na maior parte das regiões produtoras e, assim, são suficientes para manter certa pressão sobre o mercado", diz Joe Lardy, da consultoria internacional CHS Hedging.

Entretanto, para o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, uma safra americana de soja de até 108 milhões de toneladas já estaria precificada pelo mercado e, em função disso, os futuros da commodity em Chicago já estariam próximos de um piso. O acompanhamento da nova safra, porém, deve ser mantido, inclusive durante o desenvolvimento e conclusão da colheita.

Ao lado das informações dessa boa oferta, as notícias da demanda nesta semana foram positivas e muito fortes, permitindo essa tentativa de recuperação dos preços. No acumulado da temporada comercial 2015/16, que termina no próximo dia 31, as vendas americanas para exportação já superam em 7,3% o esperado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). O momento, portanto, gera especulações, uma vez que um novo reporte mensal de oferta e demanda será divulgado pela instituição em 12 de agosto.

E nesta sexta-feira, o USDA anunciou ainda uma nova venda de soja em grão da safra 2016/17 para a China e de 498 mil toneladas e surpreendeu o mercado. Em todos os dias desta semana o USDA trouxe anúncios de vendas novas da oleaginosa, incluindo volumes das safras 2015/16 e 2016/17. Assim, o total no acumulado dos últimos cinco dias úteis, somente contabilizando os anúncios do departamento, é de 2.090,2 milhões de toneladas. Os principais compradores foram a nação asiática e destinos não revelados.  

 

Fonte: Só Notícias
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