11
fev
2016
Safra 2015/2016: agora são as chuvas que atrasam

Agora são as chuvas que complicam a vida do sojicultor mato-grossense. Conforme novo levantamento semanal da AgRural, a colheita no Estado segue atrasada em relação ao mesmo período do ano passado. O ritmo no país evoluiu, graças às oportunidades dos que os paranaenses tiveram de tirar a oleaginosa das lavouras na última semana. 

Como explica a analista, Daniele Siqueira, a colheita mato-grossense avançou cinco pontos na semana, chegando a 12%. Mesmo assim, o índice está atrás dos 16% do ano passado. “Com temor de perda de qualidade do produto, quem tinha soja pronta colheu mesmo com umidade”, destaca. 

Em Sorriso, no médio-norte, a soja precoce está rendendo de 30 a 55 sacas, com problemas pontuais de qualidade. Em Campos de Júlio, no oeste, apesar das chuvas, os lotes estão saindo sem grãos avariados. 

De modo geral, como avalia, a semana terminou com chuvas acima da média em algumas áreas do Centro-Oeste e do Sul do Brasil. “Mas os produtores souberam aproveitar os intervalos e aceleraram a colheita da safra 2015/16 de soja, que passou de 4% na sexta 29 de janeiro para 10% nesta sexta-feira 5 de fevereiro. O número supera os 9% do ano passado e os 8% da média de cinco anos. Embora haja atraso em Mato Grosso, a colheita acelerada em outros estados, especialmente no Paraná, dá ritmo à evolução do número brasileiro”. 

No Paraná, 24% da área de soja estão colhidas, contra 16% há um ano. O índice só não é maior devido às chuvas acima da média nos últimos dias. Na região oeste, o tempo quente e seco em janeiro adiantou o ciclo de algumas lavouras, deixando mais soja pronta para a colheita. Além disso, os produtores aceleraram os trabalhos devido à previsão de chuva. No norte, o ritmo ainda é lento, mas os resultados da soja precoce agradam, com média de 55 sacas por hectare. Nos Campos Gerais, 40% da soja estão em maturação e são poucas as áreas que já estão prontas para a colheita. 

Apesar das chuvas, no Mato Grosso do Sul as precipitações estão frequentes, mas 12% da área estão colhidas. Com medo de perdas de qualidade, quem tinha soja dessecada aproveitou as aberturas de sol desta semana para colher. Em Maracaju, onde lotes estão saindo com 18% de umidade, a média da soja precoce está em 55 sacas por hectare. Em Goiás, 7% da área foram colhidas. Na região de Jataí, no sudoeste, há talhões rendendo até 63 sacas. 

VENDAS - Apesar do início da colheita em algumas regiões, a comercialização da safra 2015/16 de soja avançou apenas dois pontos percentuais em janeiro, chegando a 50% da produção esperada no Brasil. Mesmo assim, o índice continua bem à frente dos 33% registrados no mesmo período do ano passado e em linha com os 49% da média de cinco anos. 

Os preços médios até subiram em relação a dezembro, sustentados pelo dólar acima de R$ 4. “Mas, com as cotações sem direção na Bolsa de Chicago e o tempo chuvoso atrapalhando a colheita e alimentando o receio quanto ao cumprimento de contratos, a maioria dos produtores preferiu esperar para vender. A exceção ficou por conta daqueles que conseguiram colher em janeiro e puderam aproveitar os preços mais altos do final da entressafra no mercado disponível”, explica Daniele. 

No Centro-Oeste, 58% da soja estão vendidos, contra 41% há um ano. Com poucas lavouras prontas e o início lento da colheita, os compradores ofereceram preços maiores pela primeira soja. Em Sinop (MT), a saca entregue em janeiro com pagamento em março saiu para R$ 69. Em Mato Grosso do Sul, o grão com entrega em janeiro e pagamento em 24/mar rodou por R$ 70, livre ao produtor em Maracaju. Em Rio Verde (GO), a soja recém-colhida com destino ao mercado interno chegou a sair por R$ 75. 

No Sul, as vendas evoluíram apenas dois pontos no mês, mas os 36% negociados estão bem à frente dos 18% do ano passado. Após negociar bons volumes em comparação aos anos anteriores, os produtores agora esperam uma reação do mercado para voltar a vender após a colheita. No Sudeste, o índice esta em 54%, contra 35% há um ano. Com dificuldades na colheita devido às chuvas, a demanda chegou a pagar R$ 78 em Uberlândia (MG) para entrega em janeiro. No Norte/Nordeste, as vendas somam 61%, contra 46% no mesmo período do ano passado. Com perdas na soja precoce e os resultados da soja tardia ainda em aberto, poucos arriscaram negociar em janeiro. 

 

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