20
jul
2015
Programa reduz aplicação de defensivos no Paraná

Unidades de referência usaram os produtos em média 2,1 vezes durante o ciclo de verão; no Estado a média é de 4,8 vezes

O número de aplicações com defensivos agrícolas durante o ciclo de verão da soja 2014/15 nas 152 unidades de referência que aderiram ao Programa Plante o Seu Futuro ficou em uma média de 2,1 vezes. O volume é menos da metade se comparado com a média de aplicação no Estado, que é de 4,8 vezes por ciclo. O resultado foi apresentado nessa semana em Cascavel (Oeste).

O programa visa mostrar por meio dessas unidades de referência, que é possível reduzir o número de aplicações com a adoção de boas práticas agrícolas, como o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID). O Plante Seu Futuro conta com o apoio da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Embrapa, entre outras entidades ligadas ao agronegócio.

O levantamento ainda apontou a redução no número de dias para a primeira aplicação de inseticidas nas lavouras. De acordo com o levantamento, enquanto o Paraná realiza a primeira intervenção química, em média, no 35° dia pós-emergência da soja, nas unidades de referência a aplicação ocorreu no 64° dia. O número de aplicações com fungicidas caiu de 2,4 vezes por ciclo de lavoura, em média, para 1,4 vezes, nessas unidades de referência. Em relação à primeira aplicação com fungicida, nessas áreas monitoradas ocorreu aos 69 dias, enquanto no restante do Estado a intervenção ocorre no 59° dia.

Nelson Harger, coordenador da campanha, explica que essas unidades são propriedades normais. O diferencial delas, conta o dirigente, é que o monitoramento de pragas e doenças é constante. A intervenção química só é realizada quando realmente houver os primeiros focos de infestação, sendo dispensável a aplicação preventiva. "Se o número de pragas for baixo, não há a necessidade de aplicação", observa o coordenador.

Na opinião de Harger, as medições sobre os índices de infestação nas lavouras devem ser realizadas semanalmente. "Para isso, o agricultor precisa saber a causa e o efeito de cada doença", exemplifica o coordenador. Contudo, ele alerta que toda e qualquer decisão que o produtor venha tomar em relação à aplicação química, deve ser feita com a orientação de um técnico de campo.

O profissional irá orientar o agricultor sobre o momento ideal da intervenção química, o tipo de produto e a quantidade adequada. "É preciso mais critérios agronômicos. Recomendar aplicação preventiva é fácil, mas é preciso aplicar na hora certa", salienta Harger. De acordo com o coordenador da campanha, cada propriedade assistida recebe, no mínimo, uma visita semanal de um técnico que faz as contagens quando há focos de pragas ou doenças. Além disso, é realizada durante as visitas técnicas uma coleta de lâminas para avaliação da presença de esporos da ferrugem asiática.

Produção

De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná produziu 16,87 milhões de toneladas de soja na última safra de verão, 16% a mais no comparativo com o mesmo período do ano passado, quando foram produzidos 14,59 milhões de toneladas da oleaginosa.

Fonte: Agrolink

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