30
jun
2015
Com clima regular, produção de grãos poderá chegar a 38 milhões de toneladas
O bom desenvolvimento da segunda safra de grãos no Paraná elevou a previsão de produção total para 38,05 milhões de toneladas. Conforme avaliação do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Agricultura e do Abastecimento, o clima contribui com a evolução do milho e do trigo, principais culturas em campo neste período do ano.

O relatório do Deral, correspondente a junho, informa que, se confirmada a produção, ela será 6% maior que em 2014, quando foram colhidas 36 milhões de toneladas de grão entre as três safras cultivadas no Estado: de verão, segunda safra e de inverno.

“As estimativas da segunda safra, entre o verão e outono, aos poucos estão sendo confirmadas”, afirma o diretor do Deral, Francisco Carlos Siminioni.

Agora resta esperar a confirmação da safra dos cereais de inverno – aveia, cevada, canola, centeio, cevada, trigo e o triticale - estimada em 4,5 milhões de toneladas para este ano - 4% a mais que em 2014.

Para Simioni, é fundamental que a safra de inverno seja confirmada nos níveis de produtividade estimados, contribuindo para fechar o ano safra 2014/2015 com bons resultados. “Ganhos de produtividade com qualidade deverão contribuir para reduzir os custos da safra de verão 2015/2016 e para diminuir o impacto da elevação dos custos de produção”, afirmou ele.

MILHO - Na segunda safra de milho, foi plantada uma área de 1,9 milhão de hectares. Os produtores não correm risco de perdas por geadas, diz o relatório. A estimativa de produção aponta para uma colheita de 10,78 milhões de toneladas.

“Se for concretizada, será a maior produção de milho do Estado registrada neste período do ano”, diz o técnico do Deral Edmar Gervásio.

Segundo o técnico, o avanço da colheita revela excelentes índices de produtividade para o milho de segunda safra. Atualmente cerca de 9% da área plantada está colhida e o rendimento obtido até agora é de 6.500 quilos por hectare

Gervásio informa que 40% da área a ser colhida está em fase de maturação, reduzindo a exposição ao risco de geadas.

FEIJÃO - O feijão da segunda safra é outra produção beneficiada pelo clima. Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, os relatórios de campo mostram 99% da área já está colhida e deve se consolidar em 392 mil toneladas, 2% inferior à safra passada. “Porém, será uma das menores perdas por clima nos últimos anos”, ressalta Salvador.

Os bons preços de comercialização animaram os produtores que já venderam aproximadamente 77% da produção obtida. O feijão de cor foi vendido, em média no mês passado, por R$ 106,82 a saca. E o feijão preto, por R$ 92,42 a saca.

SOJA - Na soja, o destaque é para a segunda safra, cuja colheita foi encerrada no Paraná por causa do vazio sanitário, iniciado em 15 de junho. O vazio sanitário é o período em que não pode haver nenhum tipo de plantio da cultura para evitar a incidência da ferrugem asiática na safra principal, que é plantada no verão.

Segundo o economista Marcelo Garrido, a produção foi de 279 mil toneladas, numa área cultivada de 132,4 mil hectares. O clima também foi determinante para o bom resultado da lavoura, ao contrário de anos anteriores, quando a falta ou o excesso de chuvas afetou a produtividade da segunda safra de soja no Estado. Em comparação com o ciclo anterior, a área cresceu 21% e a produção foi 42% maior.

TRIGO - O clima também favorece o trigo, cuja lavoura já foi implantada em cerca de 88% da área prevista, que é de 1,32 milhão de hectares no Estado.

Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, a geada mais forte deste ano, ocorrida em 16 de junho, teve pouca influência sobre as lavouras de trigo, exceto em algumas áreas na região Oeste, onde a cultura foi plantada mais cedo.

A previsão de produtividade média se mantém próxima a 3.000 quilos por hectare, apontando para uma produção estadual de 4 milhões de toneladas do grão, podendo repetir o bom desempenho da lavoura no ano passado. A preocupação é com o clima no período da colheita, quando a corrente El Niño poderá provocar chuvas em excesso, que geralmente prejudicam a qualidade do grão.

Atualmente, 13% das lavouras do Estado estão em estágios suscetíveis a perdas por geadas, porém não há previsão de frio intenso para os próximos dias.
 
Fonte: Agrolink
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